terça-feira, 18 de julho de 2017


UM OUTRO JEITO DE VOAR

Resultado de imagem para resumo do livro um outro jeito de voar

Histórias de Asa Curta, um passarinho já velho que não sabia voar. Sabia muita coisa: nadava, lia, dançava, dava cambalhotas, era um artista – mas voar não sabia. E se sentia infeliz por isso: tinha vergonha do seu problema e, para não vê-lo exposto, tinha poucos amigos, não havia se casado e era cada vez mais triste. Queria viajar, ir aos lugares, usar as asas e os olhos para conhecer o mundo e as pessoas. Até que um dia, a codorna o procurou – porque ele era muito instruído – para esclarecer uma série de dúvidas. E, respondendo às inúmeras perguntas da codorna, Asa Curta descobriu que, mesmo sem voar, sabia mais coisas do que os que viajavam, pois usava a inteligência e a memória para conhecer o mundo e as pessoas.


Assunto/tema: a inteligência e a memória como formas de adquirir conhecimentos.


Temas secundários: as várias formas de conhecer o mundo e as pessoas; a (auto)discriminação dos que não se enquadram nos padrões determinados pela sociedade.

FONTE:http://www.editorasaraiva.com.br/produto/infantil-e-juvenil/literatura-infantil/um-outro-jeito-de-voar/



ATIVIDADES DE INTERPRETAÇÃO- RECONHECER INFORMAÇÕES NO TEXTO, SIGNIFICADO DE PALAVRAS E EXPRESSÕES- 6° ANO

ASA CURTA
  Asa Curta era um passarinho já muito velho, mas que ainda não sabia voar. Ele tinha aprendido, em seus oito anos de vida, muita coisa que passarinho nenhum desse mundo nunca haveria de saber.
 Quem já viu passarinho nadar? – e esse nadava; quem já viu passarinho ler um livro? – e esse lia; quem já viu passarinho dançar? – e esse dançava tudo que é dança que gente sabe dançar: samba que nem o brasileiro, tango que nem o argentino, polca como os russos, valsa como os austríacos, baião e xaxado que nem os nordestinos, rock, tuíste, iê-iê-iê e essas danças todas que os americanos já inventaram. Até mesmo algumas que ninguém nunca dançou, que ele mesmo tinha inventado e até batizado: o saracoteio, o vira-e-mexe, o passodo-passarinho, a dança-do-bico-pro-ar...
  E havia ainda muita coisa mais que o Asa Curta fazia, diferente de tudo quanto os outros passarinhos sabiam fazer. Ele era mesmo um artista, desses de ganhar prêmio em programa de televisão: dava cambalhota como gente de circo, levantava galho de árvore com uma pata só, imitava voz de homem e voz de mulher, assoviava comendo alpiste...
Mas de que adiantava fazer tudo isso – e muito mais, que ele só não fazia porque senão os outros iam pensar que ele era um passarinho louco – , de que adiantava tudo isso, se ele não sabia fazer o que o mais novo e o mais analfabeto passarinho de qualquer floresta ou de qualquer cidade era capaz de fazer? De que adiantava ser o passarinho mais famoso que já houve na terra dos passarinhos, se ele não sabia voar?
  – Não adianta nada! – queixava-se o velho Asa Curta, em conversas com Andorinha Veloz, sua maior amiga e a única criatura que conhecia esse seu segredo de não saber voar. – Mas você é o passarinho mais perfeito que todo o mundo já viu, Asa Curta! Sabe fazer casa como o João de Barro, canta que nem um Curió. E, depois, é artista de dar inveja a toda a gente.
  É, a Andorinha Veloz tinha razão: ele podia fazer tudo isso, mas não se sentia nem um pouco feliz porque não era capaz de voar. E por isso ele tinha poucos amigos: como ia ter coragem de dizer para eles que não sabia voar? Por isso ele nunca tinha pensado em se casar: depois, como ia fazer para ensinar seus filhotes a voar, e para arranjar comida pra eles e pra sua mulher? (...)
 Mas tristeza mesmo ele tinha era quando seus amigos chegavam de viagem. Um dia era o Pardal Ambulante, que tinha visitado a Argentina e corria logo pra contar ao Asa Curta:
 – Mas é impressionante, companheiro, como que o povo lá dança tango igualzinho você sabe dançar.
  No outro dia, era o Pica-Pau Leva-e-Traz, que tinha ido até a Rússia vender pau-brasil e comprar madeira russa para os pica-paus brasileiros.
 – Nossa, Asa Curta, eu vi o pessoal dançando na rua uns troços do mesmo jeito que você dança aqui.
 Era a polca, que Asa Curta tinha aprendido a dançar lendo uns livros russos. Ele morria de vontade de ver como é que cada povo dançava a sua dança, mas não podia chegar a lugar nenhum só andando. E então, quando os outros passarinhos lhe perguntavam por que ele não viajava também, Asa Curta saía sempre com desculpas:

QUESTÃO 01.  
Após leitura atenta do texto, é CORRETO afirmar que Asa Curta
A (  ) vive um dilema muito grande por ser diferente, mas não deixa de fazer absolutamente nada do que os outros pássaros fazem.
B (  ) acostumou-se com sua diferença, não vendo mais necessidade de ser igual ou parecido com os outros pássaros.
C (  ) dedica-se a levar uma vida plena de realizações, embora deseje, também, realizar os feitos que sua diferença o impedem de fazer.
D (  ) acostumou-se a ser diferente e, mesmo não podendo fazer tudo, sente-se realizado e feliz.
E (  ) vive um dilema grande, uma vez que sua diferença o isolou do convívio com os demais pássaros.

QUESTÃO 02.
Observe o trecho: “ – Mas você é o passarinho mais perfeito que todo o mundo já viu, Asa Curta! Sabe fazer casa como o João de Barro, canta que nem um Curió.” A palavra em destaque, de acordo com os padrões normativos da gramática, deveria ser grafada com letra minúscula e hífen. No entanto, ao escrevê-la utilizando letra maiúscula, infere-se que o objetivo do autor do texto é
A (  ) destacar uma ideia caracterizadora do ser.
B (  ) generalizar o ser, colocando-o como um ser que possui vivência singular e autônoma.
C (  ) particularizar o ser, ou seja, um nome comum passa a ser individualizado. D (  ) particularizar o ser, mostrando-o sob um aspecto comum.
E (  ) reforçar o aspecto genérico do ser, já que o vocábulo, na forma em que foi escrito, estende seu significado aos demais seres da espécie.

QUESTÃO 03.
Quanto à conduta de Asa Curta, conclui-se que ele é um pássaro
A (  ) vivaz, sem conflitos e que não se importa com a opinião alheia.
B (  ) autêntico, feliz e plenamente realizado.
C (  ) confiante, alegre e, apesar de suas limitações, satisfeito com a vida.
D (  ) ativo, inteligente e preocupado com a opinião dos outros em relação a suas atitudes.
E (  ) criativo, autêntico e acomodado em sua realidade.

QUESTÃO 04.
A palavra “queixava-se” não poderia ser substituída, no contexto, por
A (  ) orgulhava-se.
B (  ) lamentava-se.
C (  ) desgostava-se.
D (  ) lastimava-se.
E (  ) lamuriava-se.

QUESTÃO 05.
A única opção em que a troca do vocábulo destacado pela palavra que está entre parênteses altera completamente o sentido dos trechos é
A (  ) “...imitava voz de homem e de mulher...” (reproduzia).
B (  ) “... os outros iam pensar que ele era um passarinho louco...” (imaginar).
C (  ) “...ele já estava cansado desse conhecimento só de livros.” (enjoado).
D (  ) “Ou, então, era obrigado a dizer uma mentira qualquer” (forçado)
E (  ) “... como ia ter coragem de dizer para eles que não sabia voar?” (porque).

QUESTÃO 06
Com base na leitura do texto, a proposição INCORRETA é que
A (  ) “mas” introduz uma ideia de oposição.
B (  ) o termo “tudo isso” se refere ao fato de Asa Curta poder voar.
C (  ) a palavra “quando” expressa a mesma circunstância da expressão “um dia”.
D (  ) a palavra “se” estabelece, no contexto, uma idéia de condição.
E (  ) o vocábulo “amiga” refere-se a Andorinha Veloz.

Gabarito


1C/ 2C/ 3D/ 4A/ 5E/ 6B

FONTE:http://popportugues.blogspot.com.br/2015/12/atividades-de-interpretacao-reconhecer_8.html


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