Água - A economia que faz sentido
Analisando a atual situação de racionamento de água, vale a pena desenvolver este assunto em sala de aula.
A água é um recurso finito e não tão abundante quanto pode parecer; por
isso deve ser economizada. Essa é uma noção que só começou a ser
difundida nos últimos anos, à medida que os racionamentos se tornaram
mais urgentes e necessários, até mesmo no Brasil, que é um dos países
com maior quantidade de reservas hídricas — cerca de 15% do total da
água doce do planeta. Não é por acaso que cada vez mais pessoas e
organizações estão se unindo em defesa de seu uso racional. Segundo a
Organização das Nações Unidas (ONU), no século 20 o uso da água cresceu
duas vezes mais que a população. A situação é tão preocupante que existe
quem preveja uma guerra mundial originada por disputas em torno do
precioso líquido.
Para não se chegar a esse ponto, a saída é poupar — e o esforço tem de ser coletivo. "São questões de comportamento e atitude que se encontram no centro da crise", diz o relatório da ONU sobre água no mundo. Muitas vezes as crianças têm maior consciência do problema do que seus pais, graças às escolas. O momento atual é muito oportuno para investir ainda mais no trabalho em sala de aula, porque a discussão está na ordem do dia. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) escolheu a água como tema da Campanha da Fraternidade de 2004 e o governo federal instituiu o Sede Zero, um programa vinculado ao Fome Zero.
Seca e pobreza
Em âmbito mundial, a ONU determinou o período entre 2005 e 2015 como Década Internacional da Água pela Vida. No próximo ano, os líderes políticos mundiais devem apresentar um plano de administração dos recursos hídricos do planeta. Em 2015 pretende-se atingir a meta de reduzir à metade (em relação a 2000) o número de pessoas sem acesso a água de boa qualidade, que hoje supera 1 bilhão — cerca de um sexto da população global. No Brasil, prefeituras de 19 regiões metropolitanas enfrentam dificuldades de fornecimento.
A ideia de que sobra água no mundo se deve ao fato de que ela ocupa 70% da superfície terrestre. Mas 97,5% deste total é constituído de água salgada. Dois terços do restante se encontram em forma de gelo, nas calotas polares e no topo de montanhas. Se considerarmos só o estoque de água doce renovável pelas chuvas, chegamos a 0,002% do total mundial.
Mesmo a suposta fartura hídrica do Brasil é relativa. A região Nordeste, com 29% da população, conta com apenas 3% da água, enquanto o Norte, com 7% dos habitantes, tem 68% dos recursos. Até na Amazônia, pela precária infra-estrutura, há pessoas não atendidas pela rede de distribuição. Portanto, a questão muitas vezes não se resume à existência de água, mas às condições de acesso a um bem que deveria ser universal.
Somados os dois problemas, resulta que 40% da população mundial não conta com abastecimento de qualidade. Cinco milhões de crianças morrem por ano de doenças relacionadas a escassez ou contaminação da água. Sujeira é o que não falta: 2 milhões de toneladas de detritos são despejadas em lagos, rios e mares no mundo todo dia, incluindo lixo químico e industrial, dejetos humanos e resíduos de agrotóxicos.
O papel da educação
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) citam a importância de um projeto educacional para a preservação dos recursos naturais. Segundo suas diretrizes, é essencial falar sobre a economia de água, abordando hábitos na escola e em casa. Exemplo: uma torneira aberta enquanto se escova os dentes leva ao desperdício de até 50 litros de água tratada.
Mesmo com a orientação, na maioria das escolas não se desenvolvem programas de uso racional desse recurso. "Os professores têm dificuldade de perceber as relações da teoria com o uso da água no cotidiano", afirma a consultora Sonia Muhringer, uma das autoras dos Parâmetros em Ação na área de Meio Ambiente. Para ela, outra falha no ensino do tema é tratá-lo sob um só aspecto. "Devia-se falar sobre esse assunto de forma interdisciplinar, não apenas em Ciências mas também em Matemática, História e sob o enfoque da ética."
Para não se chegar a esse ponto, a saída é poupar — e o esforço tem de ser coletivo. "São questões de comportamento e atitude que se encontram no centro da crise", diz o relatório da ONU sobre água no mundo. Muitas vezes as crianças têm maior consciência do problema do que seus pais, graças às escolas. O momento atual é muito oportuno para investir ainda mais no trabalho em sala de aula, porque a discussão está na ordem do dia. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) escolheu a água como tema da Campanha da Fraternidade de 2004 e o governo federal instituiu o Sede Zero, um programa vinculado ao Fome Zero.
Seca e pobreza
Em âmbito mundial, a ONU determinou o período entre 2005 e 2015 como Década Internacional da Água pela Vida. No próximo ano, os líderes políticos mundiais devem apresentar um plano de administração dos recursos hídricos do planeta. Em 2015 pretende-se atingir a meta de reduzir à metade (em relação a 2000) o número de pessoas sem acesso a água de boa qualidade, que hoje supera 1 bilhão — cerca de um sexto da população global. No Brasil, prefeituras de 19 regiões metropolitanas enfrentam dificuldades de fornecimento.
A ideia de que sobra água no mundo se deve ao fato de que ela ocupa 70% da superfície terrestre. Mas 97,5% deste total é constituído de água salgada. Dois terços do restante se encontram em forma de gelo, nas calotas polares e no topo de montanhas. Se considerarmos só o estoque de água doce renovável pelas chuvas, chegamos a 0,002% do total mundial.
Mesmo a suposta fartura hídrica do Brasil é relativa. A região Nordeste, com 29% da população, conta com apenas 3% da água, enquanto o Norte, com 7% dos habitantes, tem 68% dos recursos. Até na Amazônia, pela precária infra-estrutura, há pessoas não atendidas pela rede de distribuição. Portanto, a questão muitas vezes não se resume à existência de água, mas às condições de acesso a um bem que deveria ser universal.
Somados os dois problemas, resulta que 40% da população mundial não conta com abastecimento de qualidade. Cinco milhões de crianças morrem por ano de doenças relacionadas a escassez ou contaminação da água. Sujeira é o que não falta: 2 milhões de toneladas de detritos são despejadas em lagos, rios e mares no mundo todo dia, incluindo lixo químico e industrial, dejetos humanos e resíduos de agrotóxicos.
O papel da educação
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) citam a importância de um projeto educacional para a preservação dos recursos naturais. Segundo suas diretrizes, é essencial falar sobre a economia de água, abordando hábitos na escola e em casa. Exemplo: uma torneira aberta enquanto se escova os dentes leva ao desperdício de até 50 litros de água tratada.
Mesmo com a orientação, na maioria das escolas não se desenvolvem programas de uso racional desse recurso. "Os professores têm dificuldade de perceber as relações da teoria com o uso da água no cotidiano", afirma a consultora Sonia Muhringer, uma das autoras dos Parâmetros em Ação na área de Meio Ambiente. Para ela, outra falha no ensino do tema é tratá-lo sob um só aspecto. "Devia-se falar sobre esse assunto de forma interdisciplinar, não apenas em Ciências mas também em Matemática, História e sob o enfoque da ética."
FONTE:http://revistaescola.abril.com.br
Fonte:http://nossogrupojovem.blogspot.com.br
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