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Professora graduada no Curso Normal Superior pela Universidade de Uberaba-MG,pós-graduada em Coordenação Pedagógica-UFOP-MG, atuando na área de Ensino Fundamental e Médio.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012


Para Sala de Aula

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Tecnologia móvel: uma aliada no ambiente educacional 
Até há pouco tempo, o único canal de relacionamento existente dentro do ambiente educacional eram cadernos com recados da direção para os pais dos alunos.
Por Diocsianne Moura
28/09/2010
Ao contrário do que muitos pensam, o celular não precisa ser um problema dentro da educação
De acordo com o estudioso André Pestana, no passado, a escola tinha um organograma inflexível, rígido e vertical. Hoje, ela é distribuída por setores, tem flexibilidade e mobilidade. Além disso, antes havia pouca valorização do ser humano. Ao contrário, atualmente, o relacionamento é humanizado e há preocupação com o indivíduo, ou seja, o homem volta a ocupar um espaço significativo; a estar no centro da questão (PESTANA, 2008). E isso faz toda a diferença quando se considera também a evolução da tecnologia, pois, a cada dia, ela é mais individualista e direcionada.
Os meios de comunicação estão presentes no cotidiano dos alunos. Procurar entendê-los e não negá-los é a saída para percorrer um novo trajeto. Dentro dessa perspectiva, percebe-se a importância da presença de práticas educomunicativas e não apenas ações pedagógicas isoladas, seja em sala de aula ou na gestão de uma instituição educacional. Afinal, o processo de reflexão sobre a área da comunicação/educação deve ser entendido como estratégia valiosa, principalmente, para os gestores educacionais.
As potencialidades das atuais tecnologias são temas de discussão em ambientes acadêmicos por suas principais características: o imediatismo e a instantaneidade. Marshall McLuhan (1964) defende os meios como extensão do homem. Na era atual, as teorias desse pesquisador se realizam e se renovam. Elas podem ser conferidas por meio da tecnologia da informação, que se tornou indispensável desde o advento da internet, pois se adapta ao homem por meio da mobilidade, um sonho muito antigo da humanidade.
Dentro dessa perspectiva, é notável que a tecnologia da informação alie-se à comunicação para fazer parte do cotidiano da humanidade. Um exemplo de canal de comunicação que reflete essa junção é o aparelho celular. Recentemente, ele tem sido visto, pelas empresas, como o objeto de interação com o público quando o assunto é comunicação e informação.
Para que isso acontecesse, o celular precisou evoluir e receber adaptações. Além de funcionar como telefone, para recebimento e realização de chamadas, passou a cumprir as tarefas dos computadores, por exemplo, com o acesso à rede mundial de computadores, a internet. Desse modo, esse aparelho permite a interatividade, indo além da tríade linear da comunicação de massa que envolve o emissor-mensagem-receptor, incluindo mais uma etapa: o feedback. Rompe, assim, a barreira que o indivíduo tinha de apenas absorver conteúdos, sem criar um relacionamento ou vínculo com ele.
Mclhuan – teórico dos meios de comunicação e precursor dos estudos midiológicos – destaca, principalmente, que o meio é a mensagem, o que significa, em termos da era eletrônica, que já se criou um ambiente totalmente novo. O “conteúdo” desse novo ambiente é o velho ambiente mecanizado da era industrial”. (1964, p. 12). Desse modo, percebe-se que o surgimento da educomunicação aconteceu no exato momento em que as pessoas, estudantes, tiveram o acesso aos canais de comunicação e à informação.
Assim, o conceito hoje, constituído por Mcluhan para educomunicação, propõe, na verdade, a construção de ecossistemas comunicativos abertos, dialógicos e criativos, nos espaços educativos, quebrando a hierarquia na distribuição do saber, justamente pelo reconhecimento de que todas as pessoas envolvidas no fluxo da informação são produtoras de cultura, independentemente de sua função operacional no ambiente educacional. Além, claro, de que todas elas têm acesso a canais que permitem a comunicação e a interação. De acordo com Rego (1986), se alguns poderes legitimam a empresa, a comunicação exerce igualmente um certo e grande poder.
Segundo pesquisa realizada pelo instituto Synovate, o celular é o item tecnológico onipresente entre jovens e adultos do Brasil, da China e do Reino Unido. O levantamento sobre hábitos de consumo foi feito com 432 jovens de cada país. O resultado aponta que 90% dos jovens pós-adolescentes já têm celular e 24% planejam comprar um novo. Intensificando no terreno do Brasil, a pesquisa aponta que 95% dos jovens brasileiros possuem celular e 17% não vivem sem celular (Revista Época Negócios, 2009, p. 32).
Por permitir o relacionamento interativo, esse canal está sendo estudado por alguns poucos especialistas em mobile marketing, como Fernando Román. Essa área visa principalmente ao público jovem, a geração tecnológica. Por conta disso, cabe às instituições educacionais a análise dessa nova possibilidade que se abre dentro do marketing de relacionamento, por meio da educomunicação.
Ao contrário do que muitos pensam, o celular não precisa ser um problema dentro da educação. Como canal de comunicação, pode ser útil, ágil e de baixo custo, além de estar dentro do conceito de educomunicação, que aponta que sua relação com a tecnologia está na razão direta da liberdade de expressão e da possibilidade do acesso à educação, por exemplo. Assim, seu uso permite a quebra da hierarquia na distribuição do saber, justamente pelo reconhecimento de que todas as pessoas envolvidas no fluxo da informação são produtoras de conteúdo e cultura, independentemente de sua função operacional no ambiente escolar.
A educomunicação, nesse cenário, pode ser utilizada como uma ferramenta de gestão educacional. Por meio de canais e ferramentas de comunicação, a educação pode tomar rumos que favorecem a cidadania e a democratização da informação. Com o uso das novas tecnologias, isso se torna possível e viável por meio do marketing de relacionamento e do mobile marketing. Isso porque a cada dia torna-se perceptível a importância da educação colocar um olhar mais analítico sobre as necessidades e costumes dos indivíduos que estão em seu contexto – pais, alunos, professores, educadores, gestores educacionais – entendendo como ele consome os produtos e serviços oferecidos por ela.
Diante dessas mudanças, há que se pensar que a escola não pode ficar ausente às transformações proporcionada pelas novas tecnologias (que aconteceram, acontecem e virão acontecer num futuro muito próximo). De acordo com Pestana, uma gestão educacional moderna “pressupõe diálogo, abertura e, principalmente, participação: alunos, pais, professores e sociedade” (2008, p. 35).
E, justamente esse público merece atenção quanto ao uso de tecnologias individuais, como o de celular smartphone, por exemplo. Esse aparelho eletrônico tem a capacidade de acesso à internet, promovendo o mundo na palma da mão do usuário. Para contribuir ainda mais, suas ferramentas proporcionam interatividade, via SMS (mensagens multimídia), mensagens de texto, programação de agenda, arquivamento de documentos de texto, imagens, vídeos, planilhas, jogos e muito mais.
Com a tenologia móvel isso se amplia e aproxima-se a produção da informação à cidadania. Ao mercado educacional, a realidade não se apresenta diferente, a cada dia, a tecnologia móvel oferece algo novo e inovador. O mais recente, a criação das plataformas denominadas mobile learning, utilizada no Brasil pela operadora de telefonia celular, Vivo, para o ensino do idioma inglês; Além disso, há as “simulações participativas” (Revista Veja, 2009), nas quais os estudantes atuam ativamente na construção de conteúdos e conhecimento, além de tornarem-se atores sociais da democraticação da informação. Isso exemplifica que a tecnologia do smarthphone vem tornando-se um canal interessante para ser explorado pelos gestores educacionais.
O que se conclui é que fugir dessas tecnologias não é mais uma alternativa para quem se encontra em qualquer ramo de negócio. A gestão educacional precisa compreender as tecnologias móveis e as profundas transformações e mudanças que resultam do surgimento e aperfeiçoamento delas – tanto no comportamento e nos hábitos de consumo de jovens e adultos como em toda a sociedade.

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