As sementinhas estavam esperando pelo vento, que as levaria ao chão para germinarem, mas têm seu destino mudado e devem lutar pela própria sobrevivência.
Faltavam poucas sementinhas para partir.
O vento foi chegando e, de repente, algo aconteceu. Vimos avançar a mão de uma menina. Antes que o vento nos arrebatasse, cortou, ela, o galhinho em que nos encontrávamos e nos levou até a boca, que nos deu forte assopro.
Mal cheguei ao chão, vi um pezinho descalço descer e... Tudo ficou escuro. Senti que o pezinho me apertava na terra.
O pezinho havia me empurrado pela terra fofa. O lugar em que agora me encontrava parecia ser bom para o meu crescimento. Ali, eu tinha ar, água e tudo quanto era necessário para mim.
Minha raizinha começou a crescer. A raiz providencia tudo para mim. Ela chupa a água da terra e nela vem desmanchada uma porção de alimentos de que preciso.
Já surgiu meu caule. O caule, que é meu corpo, foi crescendo devagarinho, porém, sempre forte.
Na pontinha do caule, mostravam-se duas folhinhas pequeninas, que começaram a abrir-se sob a luz do sol. É pelas folhas que as plantas respiram.
Eu já era uma plantinha quase completa. Tinha raízes tirando alimentos do solo e caule levando-os às folhas.
Logo pude ver minha primeira flor. Suas pétalas pareciam ter tirado o amarelo mais lindo dos raios do sol. Era pequena e delicada, mas ia produzir ótimos frutinhos. Eu me vi procurada pelas abelhas e borboletas, que vinham em busca de néctar.
Depois, as flores feneciam, mas deixavam os frutos, que iam crescendo e, quando maduros, todos se abriam, deixando partiras primeiras sementinhas, que iam fazer, como eu, a grande viagem, em busca de um lugar apropriado à formação de novas plantinhas.
Adaptado de Isa Ramos de Azevedo Souza. A sementinha bailarina. São Paulo, Ed. do Brasil, 1985.
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