Lembrança da Faculdade e da Tutora Adriana Barcellos
O conto acumulativo, também chamado de lengalenga, que se caracteriza pelo encadeamento sucessivo de uma mesma sequência de falas ou de ações. A cada repetição, junta-se mais um elemento, resultando, ao final uma longa enumeração.
A História da Coca Bia Bedran
Uma vez, um menino foi passear no mato e apanhou uma coca. Chegando em casa, deu-a de presente à avó, que a preparou e comeu. Mas parede sentiu fome e o menino voltou para buscar a coca, cantando:
Minha avó, me dê minha coca,
Coca que o mato me deu.
Minha avó comeu minha coca,
Coca recoca que o mato me deu.
A avó, que já havia comido a coca, deu-lhe um pouco de angu. O menino ficou com raiva, jogou o angu na parede e saiu. Mais tarde, arrependeu-se e voltou, cantando:
Parede, me dê meu angu,
Angu que minha avó me deu
Minha avó comeu minha coca,
Coca, recoca que o mato me deu.
A parede, não tendo mais o angu, deu-lhe um pedaço de sabão. O menino andou, andou, encontrou uma lavadeira, lavando roupa sem sabão e disse-lhe: você lavando sem sabão, lavadeira? Tome este para você. Dias depois, vendo que sua roupa estava suja, voltou para tomar o sabão, cantando:
Lavadeira, me dê meu sabão,
Sabão que a parede me deu,
Parede comeu meu angu,
Angu que minha avó me deu.
Minha avó comeu minha coca.
Coca, recoca que o mato me deu.
A lavadeira já havia gasto o sabão: deu-lhe, então, uma navalha. Adiante encontrou um cesteiro cortando o cipó com os dentes. Então disse-lhe: você cortando cipó com os dentes!... tome esta navalha. O cesteiro ficou muito contente e aceitou a navalha. No dia seguinte, sentindo o menino a barba grande, arrependeu-se de ter dado a navalha (ele sempre se arrependia de dar as coisas) e voltou para buscá-la, cantando:
Cesteiro, me dê minha navalha,
Navalha que lavadeira me deu.
Lavadeira gastou meu sabão,
Sabão que parede me deu.
Parede comeu meu angu
Angu que minha avó me deu.
Minha avó comeu minha coca.
Coca, recoca que o mato me deu.
O cesteiro, tendo quebrado a navalha, deu-lhe, em paga, um cesto. Recebeu o cesto e saiu, dizendo consigo: Que vou fazer com este cesto? No caminho, encontrando um padeiro fazendo pão e colocando-o no chão, deu-lhe o cesto. Mais tarde, precisou do cesto e voltou para buscá-lo, com a mesma cantiga:
Padeiro, me dê meu cesto,
Cesto que o cesteiro me deu.
O cesteiro quebrou minha navalha,
Navalha que a lavadeira me deu...
O padeiro, que tinha vendido o pão com o cesto, deu-lhe um pão. Saiu o menino com o pão e, depois de muito andar, não estando com fome, deu o pão a uma moça, que encontrou tomando café puro. Depois, sentindo fome, voltou para pedir o pão à moça e cantou:
Moça, me dê meu pão,
Pão que o padeiro me deu.
O padeiro vendeu meu cesto
Cesto que o cesteiro me deu...
A moça havia comido o pão; não tendo outra coisa para lhe dar, deu-lhe uma viola. O menino ficou contentíssimo; subiu com a viola numa árvore e pôs-se a cantar:
De uma coca fiz angu,
De angu fiz sabão,
De sabão fiz uma navalha,
De uma navalha fiz um cesto,
De um cesto fiz um pão
De um pão fiz uma viola,
Dingue lindingue que eu vou para Angola,
Dingue lindingue que eu vou para Angola.
Minha avó, me dê minha coca,
Coca que o mato me deu.
Minha avó comeu minha coca,
Coca recoca que o mato me deu.
A avó, que já havia comido a coca, deu-lhe um pouco de angu. O menino ficou com raiva, jogou o angu na parede e saiu. Mais tarde, arrependeu-se e voltou, cantando:
Parede, me dê meu angu,
Angu que minha avó me deu
Minha avó comeu minha coca,
Coca, recoca que o mato me deu.
A parede, não tendo mais o angu, deu-lhe um pedaço de sabão. O menino andou, andou, encontrou uma lavadeira, lavando roupa sem sabão e disse-lhe: você lavando sem sabão, lavadeira? Tome este para você. Dias depois, vendo que sua roupa estava suja, voltou para tomar o sabão, cantando:
Lavadeira, me dê meu sabão,
Sabão que a parede me deu,
Parede comeu meu angu,
Angu que minha avó me deu.
Minha avó comeu minha coca.
Coca, recoca que o mato me deu.
A lavadeira já havia gasto o sabão: deu-lhe, então, uma navalha. Adiante encontrou um cesteiro cortando o cipó com os dentes. Então disse-lhe: você cortando cipó com os dentes!... tome esta navalha. O cesteiro ficou muito contente e aceitou a navalha. No dia seguinte, sentindo o menino a barba grande, arrependeu-se de ter dado a navalha (ele sempre se arrependia de dar as coisas) e voltou para buscá-la, cantando:
Cesteiro, me dê minha navalha,
Navalha que lavadeira me deu.
Lavadeira gastou meu sabão,
Sabão que parede me deu.
Parede comeu meu angu
Angu que minha avó me deu.
Minha avó comeu minha coca.
Coca, recoca que o mato me deu.
O cesteiro, tendo quebrado a navalha, deu-lhe, em paga, um cesto. Recebeu o cesto e saiu, dizendo consigo: Que vou fazer com este cesto? No caminho, encontrando um padeiro fazendo pão e colocando-o no chão, deu-lhe o cesto. Mais tarde, precisou do cesto e voltou para buscá-lo, com a mesma cantiga:
Padeiro, me dê meu cesto,
Cesto que o cesteiro me deu.
O cesteiro quebrou minha navalha,
Navalha que a lavadeira me deu...
O padeiro, que tinha vendido o pão com o cesto, deu-lhe um pão. Saiu o menino com o pão e, depois de muito andar, não estando com fome, deu o pão a uma moça, que encontrou tomando café puro. Depois, sentindo fome, voltou para pedir o pão à moça e cantou:
Moça, me dê meu pão,
Pão que o padeiro me deu.
O padeiro vendeu meu cesto
Cesto que o cesteiro me deu...
A moça havia comido o pão; não tendo outra coisa para lhe dar, deu-lhe uma viola. O menino ficou contentíssimo; subiu com a viola numa árvore e pôs-se a cantar:
De uma coca fiz angu,
De angu fiz sabão,
De sabão fiz uma navalha,
De uma navalha fiz um cesto,
De um cesto fiz um pão
De um pão fiz uma viola,
Dingue lindingue que eu vou para Angola,
Dingue lindingue que eu vou para Angola.
http://www.vagalume.com.br/bia-bedran/a-historia-da-coca.html#ixzz20LfDJEYF
A Velha a Fiar Rubinho do Vale
Estava a velha no seu lugar veio a mosca lhe fazer mal
A mosca na velha e a velha a fiar
Estava a mosca no seu lugar veio a aranha lhe fazer mal
A aranha na mosca a mosca na velha e a velha a fiar
Estava a aranha no seu lugar veio o rato lhe fazer mal
O rato na aranha a aranha na mosca a mosca na velha e a velha a fiar
Estava o rato no seu lugar veio o gato lhe fazer mal
O gato no rato o rato na aranha a aranha na mosca a mosca na velha e a velha a fiar
Estava o gato no seu lugar veio o cachorro lhe fazer mal
O cachorro no gato – rato – aranha – mosca – velha e a velha a fiar
Estava o cachorro no seu lugar veio o pau lhe fazer mal
O pau no cachorro – gato – rato – aranha - mosca - velha e a velha a fiar
Estava o pau no seu lugar veio o fogo lhe fazer mal
O fogo no pau – cachorro – gato – rato – aranha – mosca - velha e a velha a fiar
Estava o fogo no seu lugar veio a água lhe fazer mal
A água no fogo – pau – cachorro – gato – rato – aranha – mosca – velha e a velha a fiar
Estava a água no seu lugar veio o boi lhe fazer mal
O boi na água – fogo – pau – cachorro – gato – rato – aranha – mosca – velha
Estava o boi no seu lugar veio o homem lhe fazer mal
O homem no boi – água – fogo – pau – cachorro – gato – rato – aranha – mosca – velha
Estava o homem no seu lugar veio a mulher lhe fazer mal
A mulher no homem –boi–água–fogo–pau–cachorro–gato–rato–aranha-mosca-velha
Estava a mulher no seu lugar veio a morte lhe fazer mal
A morte na mulher -homem-boi-água-fogo-pau-cachorro-gato-rato-aranha-mosca-velha
A mosca na velha e a velha a fiar
Estava a mosca no seu lugar veio a aranha lhe fazer mal
A aranha na mosca a mosca na velha e a velha a fiar
Estava a aranha no seu lugar veio o rato lhe fazer mal
O rato na aranha a aranha na mosca a mosca na velha e a velha a fiar
Estava o rato no seu lugar veio o gato lhe fazer mal
O gato no rato o rato na aranha a aranha na mosca a mosca na velha e a velha a fiar
Estava o gato no seu lugar veio o cachorro lhe fazer mal
O cachorro no gato – rato – aranha – mosca – velha e a velha a fiar
Estava o cachorro no seu lugar veio o pau lhe fazer mal
O pau no cachorro – gato – rato – aranha - mosca - velha e a velha a fiar
Estava o pau no seu lugar veio o fogo lhe fazer mal
O fogo no pau – cachorro – gato – rato – aranha – mosca - velha e a velha a fiar
Estava o fogo no seu lugar veio a água lhe fazer mal
A água no fogo – pau – cachorro – gato – rato – aranha – mosca – velha e a velha a fiar
Estava a água no seu lugar veio o boi lhe fazer mal
O boi na água – fogo – pau – cachorro – gato – rato – aranha – mosca – velha
Estava o boi no seu lugar veio o homem lhe fazer mal
O homem no boi – água – fogo – pau – cachorro – gato – rato – aranha – mosca – velha
Estava o homem no seu lugar veio a mulher lhe fazer mal
A mulher no homem –boi–água–fogo–pau–cachorro–gato–rato–aranha-mosca-velha
Estava a mulher no seu lugar veio a morte lhe fazer mal
A morte na mulher -homem-boi-água-fogo-pau-cachorro-gato-rato-aranha-mosca-velha
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“NA MINHA CASA”
Na minha casa tem um pintinho (bis)
O pintinho piu, o pintinho piu, o pintinho piu,
O pintinho piu, o pintinho piu, o pintinho piu.
Na minha casa tem uma galinha (bis)
A galinha cá/ o pintinho piu/ o pintinho piu/
O pintinho piu/ o pintinho piu/ o pintinho piu.
Na minha casa tem um galo (bis)
O galo co-có/ a galinha cá/ o pintinho piu/
O pintinho piu/ o pintinho piu/ o pintinho piu.
Na minha casa tem um pato (bis)
O pato quá-quá/ o galo co-có/ a galinha cá/
O pintinho piu/ o pintinho piu/ o pintinho piu.
Na minha casa tem um peru (bis)
O peru glu-glu/ o pato quá-quá/ o galo co-có/
A galinha cá/ o pintinho piu/ o pintinho piu.
Na minha casa tem um gato (bis)
O gato miau/ o peru glú-glú/ o pato quá-quá/
O galo co-có/ a galinha cá/ o pintinho piu.
Na minha casa tem um cachorro (bis)
O cachorro au-au/ o gato miau/ o peru glú-glú/
O pato quá-quá/ o galo co-có/ a galinha cá/
E o pintinho? O pintinho piu (bis)
O que o aluno poderá aprender com esta aula:
- Observar que os elementos são acrescentados o tempo todo da narrativa.
- Identificar a ação ou o problema desencadeador de mudanças na história.
- Desenvolver habilidade de leitura coletiva com coro falado e encenação.
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