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Professora graduada no Curso Normal Superior pela Universidade de Uberaba-MG,pós-graduada em Coordenação Pedagógica-UFOP-MG, atuando na área de Ensino Fundamental e Médio.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

A MENINA E O PÁSSARO ENCANTADO
Linda história de amor, saudade, egoísmo...


Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.
Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado.
Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão-se embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades… As suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava. Certa vez voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão…
— Menina, eu venho das montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que vi, como presente para ti…
E, assim, ele começava a cantar as canções e as histórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.
Outra vez voltou vermelho como o fogo, penacho dourado na cabeça.
— Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. As minhas penas ficaram como aquele sol, e eu trago as canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.
E de novo começavam as histórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isto voltava sempre.
Mas chegava a hora da tristeza.
— Tenho de ir — dizia.
— Por favor, não vás. Fico tão triste. Terei saudades. E vou chorar…— E a menina fazia beicinho…
— Eu também terei saudades — dizia o pássaro. — Eu também vou chorar. Mas vou contar-te um segredo: as plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios… E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera do regresso, que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado. E tu deixarás de me amar.
Assim, ele partiu. A menina, sozinha, chorava à noite de tristeza, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa dessas noites que ela teve uma ideia malvada: “Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá. Será meu para sempre. Não mais terei saudades. E ficarei feliz…”
Com estes pensamentos, comprou uma linda gaiola, de prata, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera. Ele chegou finalmente, maravilhoso nas suas novas cores, com histórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu. Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola, para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.
Acordou de madrugada, com um gemido do pássaro…
— Ah! menina… O que é que fizeste? Quebrou-se o encanto. As minhas penas ficarão feias e eu esquecer-me-ei das histórias… Sem a saudade, o amor ir-se-á embora…
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas não foi isto que aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ficando diferente. Caíram as plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar.
Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite ela chorava, pensando naquilo que havia feito ao seu amigo…
Até que não aguentou mais.
Abriu a porta da gaiola.
— Podes ir, pássaro. Volta quando quiseres…
— Obrigado, menina. Tenho de partir. E preciso de partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro de nós. Sempre que ficares com saudade, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudade, tu ficarás mais bonita. E enfeitar-te-ás, para me esperar…
E partiu. Voou que voou, para lugares distantes. A menina contava os dias, e a cada dia que passava a saudade crescia.
— Que bom — pensava ela — o meu pássaro está a ficar encantado de novo…
E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos, e penteava os cabelos e colocava uma flor na jarra.
— Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje…
Sem que ela se apercebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado, como o pássaro. Porque ele deveria estar a voar de qualquer lado e de qualquer lado haveria de voltar. Ah!
Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama…
E foi assim que ela, cada noite, ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento: “Quem sabe se ele voltará amanhã….”
E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.



1- Vocabulário:
Encantado:
Longínquas:
Estalar:
Penacho:
Cachoeira:

2- Interpretação do texto:
Responda:
a) Por que o pássaro da menina era diferente?
R:

b) o que fazem os pássaros comuns se a porta da gaiola ficar aberta?
R:

c) Quanto ao aspecto físico, como o narrador descreve o pássaro?
R:

d) Desenhe o pássaro de acordo com a legenda e escreva o que ele contou do:
  
  
Lugar frio                                                           desenhar
         

Menina eu...                                                      desenhar


         
Lugar quente                                                    desenhar


e) Retire do texto o parágrafo que fala do amor entre o pássaro e a menina.
R:

f) O que você achou do pássaro encantado? Por quê? 
R:

3- Gramática do texto:

a) 1º parágrafo – 3 subst. comuns.
b) 2º parágrafo – 1 adjetivo polissílabo.
c) 3º parágrafo – 1 subst. feminino com hiato.
d) 4º parágrafo – 2 verbos trissílabos.
e) 5º parágrafo – 3 adjetivos.
f) 6º parágrafo – antônimo dos adjetivos.
a) Quentes:
b) Descobertos:
c) Preto:
d) Impuro:
e)Silêncio:
g) 7º parágrafo – 3 substantivos concretos, plural.
h) 8º parágrafo – 1 substantivo derivado.
i) 9º parágrafo – 1 substantivo simples, polissílabo, com dígrafo e hiato, está no plural.
j) 12º parágrafo – 2 palavras com encontro consonantal.
l) 14º parágrafo – 2 palavras com dígrafos.
m) 15º parágrafo – 3 palavras oxítonas, acentuadas.
n) 20º parágrafo – 3 verbos polissílabos.
o) 21º parágrafo – 1 palavra com encontro consonantal, polissílabo.
p) 30º parágrafo – 1 substantivo composto.
q) 9º parágrafo – 2 substantivo abstrato, trissílabo e terminado com “eza”.

4) Retire os verbos que terminam com “u”.
R:

5) Encontre os verbos que terminam em “m”.
R:

5) Produção de Texto:
Se o autor do texto teve o direito de usar a imaginação para criar “A menina e o pássaro encantado” nós também vamos usá-la para escrever um texto com o título. ”A volta do pássaro encantado”.

6) Artes
      Use a sua imaginação e de um colorido especial para o seu pássaro encantado.










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